quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Terapia por contensão induzida

Definição

A Terapia por contenção induzida é uma técnica desenvolvida pelo neurocientista comportamental  Edward Taub, e tem como finalidade desenvolver, restabelecer ou aumentar o controle motor do membro superior parético de pacientes que tenham sofrido algum tipo de lesão encefálica. É uma técnica comportamental, baseia-se no conceito do desuso aprendido e no de reorganização uso dependente.
“O "desuso aprendido" é definido como o uso diminuído da extremidade afetada em relação ao potencial motor que o indivíduo possui. Após uma lesão cerebral, o indivíduo que apresenta dificuldade no uso do membro afetado aprenderá rapidamente a utilizar estratégias compensatórias, fazendo uso apenas da extremidade não-afetada. Assim, a falta de uso espontâneo do membro afetado pode não decorrer essencialmente de danos estruturais ou impossibilidade de realização de movimentos funcionais, mas de mecanismos comportamentais originados de tentativas fracassadas de uso da extremidade afetada e conseqüente frustração12. O segundo mecanismo que fundamenta a TMIR, o fenômeno de reorganização uso-dependente, tem sido evidenciado por estudos recentes, que descrevem aumentos significativos das áreas de representação cortical de segmentos corporais submetidos a treinamento intensivo.”(1)
Prática Clínica da Técnica
O tempo de  intervenção proposta pela Terapia por Contenção Induzida (TCI) varia de terapeuta para terapeuta, e de caso para caso, mas geralmente dura algumas semanas (de duas a seis), onde será utilizado algum material que imobilize o membro superior não afetado durante 90% do tempo em vigília, e no treinamento intensivo do membro afetado por algumas horas (de quatro a seis), através da realização das atividades da vida diária e de exercícios específicos , com o acompanhamento de um terapeuta que auxilie o paciente na realização de movimentos que ele tem dificuldade. No Brasil a técnica pode ser aplicada por fisioterapeutas ou por terapeutas ocupacionais . Na literatura internacional, os protocolos tradicionais da TMIR têm apresentado resultados significativos em termos de ganhos na funcionalidade do membro superior parético em pacientes crônicos (1). O uso da técnica de contenção mostrou-se mais eficaz do que a terapia ocupacional convencional, em pacientes que sofreram traumatismo cranioencefálico(4).

Enfoque Clínico
A técnica pode ser usada em crianças, adultos ou idosos com diagnóstico médico de paralisia cerebral, traumatismo cranioencefálico ou acidente vascular cerebral, que possuam diagnóstico funcional de hemiparesia.




Bibliografia:

1- VAZ, Daniela Virgínia et al. Terapia de movimento induzido pela restrição na hemiplegia: um estudo de caso único. Fisioter. Pesqui. [online]. 2008, vol.15, n.3 [cited  2013-12-26], pp. 298-303 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-29502008000300014&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1809-2950.  http://dx.doi.org/10.1590/S1809-29502008000300014.
2- SILVA, Lidiane de Araújo et al. Terapia por contensão induzida: revisão de ensaios clínicos. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-51502010000100015&lng=en&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em: 26/12/2013
3- Naki IK, Rodrigues TA, Andrade TS, Esotico APCA, Heyn D, Imamura M, et al. Acidente vascular encefálico agudo: reabilitação. Acta Fisiátr. 2012;19(2):60-65
4 -Almeida TLT, Falkenburg L, Nascimento RZR, Reis CA, Sales VC, Pedroso TD, et al. Traumatismo 
Obs: As imagens foram retiradas do Google.

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